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Dia do Jornalista é comemorado na Câmara Municipal de Curitiba

por João Cândido Martins | Revisão: Alex Gruba (Câmara Municipal de Curitiba)


Jornalistas que atuam no jornalismo policial foram homenageados pelo vereador Márcio Barros, em referência ao Dia do Jornalista. (Fotos: Carlos Costa/CMC)


Nesta terça-feira (9), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) promoveu uma sessão solene em alusão ao Dia do Jornalista. A proposição da cerimônia foi do vereador Jornalista Márcio Barros (PSD), que presidiu o evento. Além dele, a mesa foi composta por Santin Roveda, secretário de Estado da Justiça e Cidadania; Rodrigo Brown, delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope); Antonio Nascimento, jornalista e radialista; Dionei Santos, repórter fotográfico, representando o Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor PR); Franklin Freitas, repórter fotográfico, representando a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Paraná (Arfoc PR); Mara Cornelsen, jornalista; e Patricia Tressoldi, diretora de Comunicação da CMC.

Também estavam presentes: Nilton Ribeiro, advogado criminalista; Cristiano Santos, jornalista e ex-vereador de Curitiba; José Aparecido Alves, o Jotapê, jornalista, representando o governo do Paraná; e Fábio Amaro, delegado da Divisão Metropolitana da Polícia Civil. A pedido de Márcio Barros, todos observaram um minuto de silêncio em razão das recentes perdas de dois jornalistas: Elizeu Ferreira da Silva, repórter cinematográfico conhecido como Café, e Chuniti Kawamura, repórter fotográfico.

Assista a sessão solene no canal da CMC no YouTube


Jornalismo policial demanda instinto apurado e inteligência emocional

Propositor da sessão solene, o vereador Jornalista Márcio Barros agradeceu a presença de todos e destacou o Dia do Jornalista, comemorado no dia 7 de abril. “Uma data que possui um significado especial para todos os profissionais, mas o enfoque desa homenagem recaiu sobre os profissionais que atuam no jornalismo policial, que chamávamos carinhosamente durante a faculdade de ‘primo pobre do jornalismo’”, revelou o parlamentar.

A maioria dos estudantes queria cobrir as notícias dos esportes, da cultura, da política ou da moda, mas poucos pretendiam se encaminhar para o jornalismo policial”, disse Barros. De acordo com ele, trabalhar nessa editoria demanda mais do que a mera vontade: “Faz-se também necessário ter instinto apurado, estômago forte e inteligência emocional em dia, entre outros atributos”.

Márcio Barros contou que, quando iniciou como repórter policial, ficou impressionado com as situações criminais que cobria e chegou a sonhar com cadáveres. Aos poucos, no entanto, foi tomando gosto, e mesmo tendo a oportunidade de mudar de área, preferiu permanecer no jornalismo policial. “Lembro com saudade do barulho do HT, o rádio da polícia, dando aqueles três toques como se acionasse um sistema dentro de cada um de nós: o QAP (na escuta), o QTH (local) e o QSL (entendido). Em seguida, a adrenalina de sair correndo para qualquer canto da cidade, sem saber o que haveria no local”, disse.

Ser jornalista policial, segundo Márcio Barros, é saber contar a dor de uma mãe que perdeu seu filho, mesmo sendo ele um traficante. “É saber os riscos de entrar numa área perigosa e ter o equipamento quebrado por um traficante, como aconteceu comigo e minha equipe”, relatou.

O vereador salientou que os homenageados foram escolhidos de forma criteriosa. Ele fez uma reverência especial a duas profissionais: Mara Cornelsen, sua primeira chefe, e Patricia Cavallari. Ele também agradeceu aos amigos da polícia que sempre valorizaram o trabalho jornalístico. Márcio Barros lembrou que apresentou 63 projetos, sendo que 23 foram aprovados e sancionados.

“O jornalismo fez com que eu me tornasse uma pessoa e um político melhor. Vivemos tempos difíceis, nos quais a liberdade ou possibilidade da sua perda estão estampadas nos jornais”, disse Barros. O parlamentar concluiu sua fala afirmando que a liberdade é pauta de estado e que todos nós devemos ter a responsabilidade para que ela não se perca.


Responsabilidade pela informação e pela compreensão do público

A jornalista Mara Cornelsen agradeceu em nome dos homenageados. Ela disse estar feliz por poder reencontrar os muitos amigos que fez ao longo de sua carreira. “Agradeço especialmente a essa turma que pisou muita lama comigo. Entramos em muitas favelas e vimos inúmeras cenas de crimes”, disse a jornalista.

Para ela, o jornalismo consiste na fé de dizer a verdade, dizer aquilo que é certo com base em todas as informações. Cornelsen entende que o jornalista é responsável não somente pelo que insere em suas matérias, mas também pela compreensão dos leitores. “As pessoas precisam entender a mensagem correta, saber exatamente aquilo que aconteceu. E para atingir a compreensão de todas as camadas sociais, você precisa ter uma capacidade enorme de discernimento e de comunicação”, explicou.


Não somos blogueiros de internet”

Atualmente acadêmica de Direito, Bruna Froehner, ex-repórter das empresas RICtv e Rede Massa, declarou que todos são dignos da homenagem. “Só quem é jornalista sabe o que é exercer essa profissão”, disse. De acordo com ela, há uma falsa noção na sociedade de que os jornalistas são ‘melhores’ ou ‘mais importantes’ que as demais pessoas. Ela disse que decidiu estudar Ciências Jurídicas para ampliar seus horizontes profissionais e ter uma remuneração melhor por seu trabalho.

“Por que os jornalistas estão deixando as emissoras paranaenses para trocar de profissão? Porque não somos valorizados. Recentemente, houve 80 demissões na RICtv. Em uma era de fake news, nós somos fundamentais na estruturação da sociedade. Somos preparados para fazer isso, não somos blogueiros de internet”, disse Froehner, que concluiu dizendo sentir falta de uma atuação mais incisiva por parte do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor PR) na defesa da categoria.


Papel fundamental na manutenção da democracia

Patricia Tressoldi, diretora de comunicação da Câmara Municipal de Curitiba, disse se sentir feliz por poder reencontrar ex-colegas de profissão que se tornaram seus amigos. “Falando sobre a comunicação da Câmara, nosso foco é a divulgação transparente dos assuntos do Legislativo para a população. Sem a atuação dos jornalistas, esse trabalho não alcançaria nem um décimo do que tem alcançado”, disse. Ela salientou o comprometimento dos homenageados com a profissão e afirmou que os jornalistas exercem um papel fundamental na manutenção da democracia. 

Franklin Freitas, repórter fotográfico, representando a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Paraná (Arfoc) iniciou sua fala lembrando do repórter fotográfico Chuniti Kawamura, falecido num acidente automobilístico no último dia 1º de abril. “Levantei alguns dados e constatei que 47 pessoas perderam a vida no Contorno Sul nos últimos 27 meses”, disse o jornalista, que pediu uma atenção por parte dos vereadores. 

O delegado Rodrigo Brown agradeceu a oportunidade de representar a Polícia Civil do Paraná e cumprimentou os jornalistas homenageados. “O jornalismo policial proporciona frutos ao trabalho policial, pois divulga as ações realizadas pela polícia. A sociedade deve saber como está o andamento dos casos policiais que são investigados”, afirmou.


Jornalistas da área policial merecem todas as homenagens

Santin Roveda, secretário de Estado da Justiça e Cidadania, disse que a Câmara ficou pequena para comportar o tamanho das histórias presentes: “Vocês têm muita bagagem e merecem todas as homenagens”. No entendimento do secretário, os jornalistas são os guardiões da verdade em uma era em que a clareza é obscurecida pelas sombras da desinformação. “O jornalista é a primeira linha de defesa da democracia. Cada matéria publicada pode alterar um curso de vida, transformar a sociedade e desafiar o ‘status quo’ vigente. Vocês moldam o espírito da nossa comunidade, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e que as histórias sejam contadas de forma correta e com muita justiça”, afirmou.

Antonio Nascimento, jornalista e radialista, declarou que o trabalho do profissional de imprensa não costuma ser valorizado porque tudo que esse profissional faz perde a atualidade no dia seguinte. Ele lembrou uma frase de Clóvis Rossi, que disse que o jornalista conta a história de seu tempo. Dionei Santos, jornalista fotográfico, representando o Sindicato dos Jornalistas do Paraná, ressaltou sua felicidade com a premiação dos profissionais.

Veja as imagens do evento no Flickr da CMC


 Homenageados

Adilson Arantes

Ailton da Silva Vieira

Aliocha Maurício Costa Pinto

Anderson Martins

Anderson Tozato

Antônio Teixeira do Nascimento

Bruna Froehner

Bruno Henrique Moldovan Silva

Bruno Romualdo dos Santos

Cristiano Pereira dos Santos

Cristiano Silvino Aparecido Vasconcelos

Danaê Caroline Bubalo

Denise Mello

Dionei Santos

Douglas Antônio Silva Bandeira

Elbio Xavier Tavares

Fábio Maurício Schäfer

Flávia Barros Lins Coêlho Debski

Franklin de Freitas

Geovane Rodrigues Barreiro

Geraldo João Fantinatti

Gilcemara Elizabeth Cornelsen

Giselle Cristina Cesar Ulbrich Alberti

Giselle Lima

Guilherme Morales Rivaroli

Iverson Moreira Wasilewski

Jeferson Rodrigo Weiss

João Carlos Frigério

João Gimenes

José Aparecido Alves

Juliana Rodrigues

Laércio André

Lucas Kessler Rocha Manoel

Luiz Antônio das Neves Mandelli

Manoel Antonio Costacurta

Marcel Luiz Mercurio

Marcio Luiz de Camargo

Marco Rafael de Freitas Pires

Marcus Vinicius Carazzai de Matos

Mariano Henrique Gomes Dos Santos

Marlon Santiago Pereira

Melissa Munhoz

Michael Machaki

Patricia Cavallari

Pedro Evangelista da Silva

Raimundo José de Lima

Ricardo Alexandre Mianes

Roberto Santos de Oliveira

Rudnei Vieira de Souza

Sidnei Carlos Alves

Valdomiro Braz Lopes

Valéria Biembengut

Valquir Aureliano

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